Manifesto do Projeto Kaapora e Okara Kaapora à sociedade civil pela mobilização em defesa da Mata Atlântica
No Brasil a floresta Atlântica, conhecida como Mata Atlântica, é o bioma que mais sofreu, e que vem sofrendo, com a expansão da civilização ocidental, sua colonização, e os processos destrutivos inerentes a ganancia e exploração capitalista. É o bioma mais extenso, e um dos mais importantes do Brasil, cuja proteção vem sendo mais negligenciada, tanto pelo Estado brasileiro quanto pela sociedade civil brasileira, seus cidadãos, pelas pessoas que somos nós. Hoje resta, ainda viva, menos de 13% da Mata Atlântica original. Em comparação, a Amazônia, com toda devastação que vem sofrendo, tem 78% de florestas preservadas.
A Mata Atlântica já cobriu 15% do território nacional, está presente em 17 estados e sua zona abriga 72% da população brasileira. Sua taxa de desmatamento não reduz, pelo contrário, só aumenta. Isso, para um bioma já tão afetado como a Mata Atlântica, é sentença de morte. Significa a extinção de todas as espécies do bioma mais biodiverso do Brasil, e um dos mais biodiversos do planeta, considerado um dos hotspots de biodiversidade classificado pela Conservation International.
O que fazemos com esse bioma é imoral, antiético, e demostra que não somos uma civilização, não merecemos esse título, deixa claro que somos uma praga nesse planeta. Sequer demonstramos remorso. Para piorar o quadro, já tão ruim, esse congresso corrupto, que se elegeu em 2022, está atacando violentamente as proteções ambientais aqui no Brasil, especialmente e especificamente as proteções da Mata Atlântica. Justamente a Mata Atlântica, simbolo da destruição colonizadora dos europeus aqui na América. Colonização que exterminou, extinguiu, milhares de espécies nativas, e milhões de indígenas, pessoas como eles. Nós, enquanto sociedade, somos culpados por eleger esse tipo de gente, que ocupa fundamentais posições políticas apenas para defender criminosos ambientais que se passam por “pilares” da economia brasileira, somos culpados por alimentar um sistema tão perverso, escroto, e temos a responsabilidade de mudar essa situação.
Temos a obrigação ética e moral de nos mobilizar, de combater esses políticos e capitalistas inescrupulosos, de educar o “pobre de direita”, os que foram alienados por centenas de anos de propaganda de uma “elite” entreguista, ladra, antidemocrática, inescrupulosa e genocida. Temos obrigação de lutar por alternativas sustentáveis para a população brasileira, e apoiar fortemente quem já está lutando por um planeta biodiverso, ambientalmente saudável e ocupado por uma civilização que seja de verdade, fundamentada na sustentabilidade, na igualdade de direitos e no bem estar de todos que fazem parte deste ecossistema.
Não temos o direito de ser a geração que vai concluir o extermínio da Mata Atlântica. Atue, não seja apenas um hipócrita que se diz apoiador e lutador pelo meio ambiente apenas com curtida e comentário em rede social, enquanto é comodamente e pessoalmente beneficiário dessa destruição promovida pela sua civilização. Apoiar e lutar é pessoalmente fazer, é ajudar as pessoas que estão fazendo a terem os recursos necessários para continuar atuando. Atuar é ir para as ruas para pressionar os políticos, os empresários. Conversa sem luta é só conversa fiada. Estamos em guerra. Curtida em rede social é o trabalho daquele que fica comodamente em casa rezando pelo soldado que vai para a guerra.
Não se muda a história senão com ações. É preciso uma revolução. Faça a sua parte!